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O uso do ômega-3 para modulação da inflamação

  • 3 de fev. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de jul. de 2020


A inflamação é uma resposta do sistema imunológico a patógenos, células danificadas, compostos tóxicos, entre outros, agindo de forma a remover essas injúrias e iniciar o processo de cura do tecido. Nesse contexto, a resposta inflamatória aguda é um mecanismo de defesa vital para a nossa saúde, uma vez que visa minimizar o processo de injúria ou infecção, contribuindo para a restauração ao estado normal do organismo. Os fatores para a etiologia dessa inflamação podem ser não infecciosos, como queimadura, traumas, glicose, ácidos graxos saturados, irritantes químicos, células danificadas, etc., ou infecciosos, como vírus, bactérias e outros micro-organismos.

Uma inflamação incontrolada pode-se tornar crônica, assim, afetando a homeostase do nosso corpo. A esse processo é dado o nome de inflamação de baixo grau crônica e sua importância consiste no fato de estar relacionada à etiologia de diversas patologias, principalmente das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como a obesidade, a diabetes, as doenças cardiovasculares, a artrite e outras. As DCNT são a principal causa de morte do mundo, sendo que 3 em cada 5 pessoas morrem devido a algum tipo dessas doenças, como infarto, câncer e obesidade.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa inflamação são a idade, a obesidade, a alimentação, o tabagismo, o estresse e as desordens do sono. Alguns sintomas dessa inflamação são dores no corpo, baixa imunidade, fadiga crônica, insônia, alterações de humor, ansiedade, depressão, ganho de peso. Os marcadores bioquímicos feitos em laboratórios não são muito efetivos para ajudar na detecção da inflamação, porém a proteína C reativa (PCR) ultrassensível e o fibrinogênio são alguns dos utilizados na prática clínica.

Assim, formas para reduzir essa inflamação são necessárias, pois ajudam a evitar o desenvolvimento das DCNT. Uma das estratégias é a suplementação com ômega-3, principalmente devido à sua ação anti-inflamatória, largamente estudada na literatura. Isso porque o aumento do consumo desse tipo de gordura contribui para o aumento da proporção desses ácidos graxos nas células inflamatórias, colaborando com a redução da resposta inflamatória.

Zhou et al. (2019) analisaram a suplementação de ômega-3 em adultos com hipercolesterolemia, por 12 semanas, e observaram que, além da melhora no perfil lipídico, naqueles que recebiam EPA+DHA, houve redução de parâmetros inflamatórios, como a IL-6. Em outro estudo, conduzido por Kordoni e Panagiotakos (2017), a suplementação com ômega-3 em mulheres obesas gestantes promoveu a redução de marcadores inflamatórios, como a diminuição dos níveis séricos de PCR.

Uma revisão realizada por Stella et al. (2018) avaliou que o ômega-3 contribui para a redução de marcadores inflamatórios em indivíduos obesos e idosos, assim, mostrando que ele possui ação anti-inflamatória, principalmente naqueles quadros característicos de inflamação de baixo grau crônica.

Referências

CHEN, L. et al. Inflammatory responses and inflammation-associated diseases in organs. Oncotarget, v. 9, n. 6, p. 7204 – 7218, 2018.

PAHWA, R.; JIALAL, I. Chronic Inflammation. 2019. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK493173/>. Acesso em: 06 jan. 2019.

HUNTER, P. The inflammation theory of disease: The growing realization that chronic inflammation is crucial in many diseases opens new avenues for treatment. EMBO Rep., v.13, n.11, p 968-970, 2012.

KORDONI, M.E.; PANAGIOTAKOS, D. Can dietary omega-3 fatty acid supplementation reduce inflammation in obese pregnant women?. Hell J Atheroscler, v.8, p. 121-128, 2017.

STELLA, A.B. et al. Update on the Impact of Omega 3 Fatty Acids on Inflammation, Insulin Resistance and Sarcopenia: A Review. Int J Mol Sci, v. 19, n. 1, p. 218, 2018.

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